
Resumo
Este estudo tem como objetivo realizar a distribuição espacial das taxas de mortalidade infantil e da proporção de nascidos vivos com baixo peso ao nascer na região sul do Brasil e testar a associação desses indicadores com fatores socioeconômicos e de serviços de saúde. Trata-se de um estudo ecológico realizado a partir de dados dos 1.159 municípios que compunham a região sul do Brasil no ano 2000. As variáveis independentes foram o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a taxa de analfabetismo, o coeficiente de Gini, a proporção de pobres e de pessoas em domicílios com água encanada e banheiro, a média anual de consultas médicas em especialidades básicas, a média mensal de visitas domiciliares por família e o número de consultórios médicos por 10.000hab. Foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov, ANOVA e Kruskall-Wallis e calculado o coeficiente de correlação de Spearman. Foi identificada associação estatisticamente significante entre a mortalidade infantil e todos os indicadores socioeconômicos. Quanto à proporção de baixo peso ao nascer foi identificada associação com a proporção de pessoas em domicílios com água encanada e banheiro, média anual de consultas médicas em especialidade básicas, coeficiente de Gini, proporção de pobres e média mensal de visitas domiciliares por família. A distribuição espacial dos agravos investigados permitiu a identificação de regiões com piores indicadores investigados e que necessitam de maior investimento e atenção governamental. As políticas públicas na área de saúde infantil devem considerar a necessidade de melhoria das condições socioeconômicas e de acesso aos serviços de saúde a fim de reduzir as desigualdades em saúde e a magnitude dos agravos.