Resumo
Objetivo: descrever a distribuição espacial dos homicídios entre a população de 10 a 19 anos nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a evolução dos óbitos segundo os portes dos municípios e a utilização das armas de fogo nos mesmos. Métodos: trata-se de um estudo ecológico. Calculou-se a taxa de mortalidade por homicídios para o período de 1995-2004 entre a população de 10 a 19 anos em cada um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul e dos 293 de Santa Catarina. Também foi descrita a mortalidade segundo o porte do município e o uso proporcional de armas de fogo empregadas nos homicídios. Resultados: entre 1995-2004 a taxa média de homicídios entre os jovens catarinenses foi de 5,64 mortes por 100.000 jovens. Taxa bastante superior foi encontrada no Rio Grande do Sul: 12,96 mortes por 100.000 jovens. Identificou-se alta e ascendente proporção de uso de armas de fogo nos homicídios, equivalendo a 62,46% do total de óbitos no Rio Grande do Sul e 81,24% em Santa Catarina. Municípios de grande porte e do leste e oeste gaúcho e do planalto e oeste catarinense apresentaram em média maiores taxas de mortalidade. Conclusão: a identificação de áreas com altas taxas de homicídios e a ascensão desses valores entre os municípios de maior porte exigem medidas de prevenção adequadas às realidades desses centros urbanos. Além disso, a alta proporção de uso de armas de fogo nos homicídios torna fundamental a discussão sobre o seu controle.